26 de fev. de 2009

Entre coincidências, adivinhos e portas

Não lembro exatamente quem fez a indicação ou como o livro foi parar lá em casa. Como diria Chico, personagem do Auto da Compadecida, do Ariano Suassuna, "não sei, só sei que foi assim". Como parou, quem recomendou eu não sei, mas sei que o livro estava lá em casa e a Jana já tinha lido. O livro em questão é "Um adivinho me disse", do jornalista italiano Tiziano Terzani e que conta a história do ano mais inusitado da vida dele.

Terzani trabalhou mais de 20 anos na Ásia como correspondente internacional e pode vivenciar todas as mudanças mais importantes do continente na história recente.

Pois este cara experiente, que já tinha visto de tudo nessa vida, foi, levado por uma amiga, consultar um adivinho em Hong Kong na década de 70. Depois de muitos acertos que deixaram o próprio jornalista surpreso, o adivinho sentenciou: você não pode voar em 1993, ou você morrerá.

Sim, o livro conta a história deste ano em que esse importante correspondente só podia se locomover por terra e por água. Não preciso nem dizer que estou adorando (sei que é feio falar antes de terminar, mas azar).

Se os adivinhos são bons eu não sei, mas que adoro o mundo das coincidências, ah isso eu adoro! Fui dar uma passeadinha na Itália semana passada e acabei visitando um casal de amigos em Florença. Conversando sobre a China e a toda a curiosidade que a cerca, o cara comentou de um livro que ele tinha lido de um jornalista natural de Florença e que gostou muito que falava sobre a Ásia. Perguntei o título. A resposta foi "Un indovino mi disse". Mesmo não falando italiano comecei a rir... exatamente o que eu estava lendo no momento.

Conversando sobre este jornalista, eles acabaram me deixando com água na boca sobre um outro livro, "A Porta Proibida", também do Terzani, que aborda especificamente a China na época da abertura, muito antes do massacre de 1989. É interessante ver a visão de quem conhece bem algum lugar, ler e escutar as hstórias pra saber como tudo ficou assim. Ainda mais aqui na China, em que as mudanças acontecem na velocidade da luz.

É interessante dar uma conferidinha no site do jornalista. Terzani morreu em 2004, mas o site existe desde 1999, criado com a autorização do próprio, e ainda é atualizado pelos colaboradores. Lá dá pra conhecer mais sobre a vida do jornalista, ler e ver entrevistas dadas, ver a obra e ainda assinar uma newsletter. Gostou? Então vai lá www.tizianoterzani.com.


Se interessou pelos livros? Vai aí o serviço:

Um adivinho me disse
Ano: 1995
Autor: Tiziano Terzani
Editora: Globo
456 páginas







La porta proibita
Ano:1984
Autor: Tiziano Terzani
Edição disponível em inglês e italiano
(e quem quiser me dar de presente, tô aceitando)

23 de fev. de 2009

BRIC

A coisa é mesmo russa quando uma brasileira se interessa por indiano na China. E ele não quer nada com ela.

20 de fev. de 2009

Como ficar totalmente desapontada

Um cara que voce acha que está a fim de você conta que mora com a namorada. E você sente que seu feeling falhou, o que é quase pior do que a rejeição...

19 de fev. de 2009

Desespero

Você sabe que está mais ou menos desesperada para encontrar alguém quando a qualidade solteiro faz de praticamente qualquer homem um alvo em potencial.

Ô, vida.

13 de fev. de 2009

Tattoo - Coming Soon


Barriga fria é assim, espalha a notícia antes de ela se concretizar. Quero fazer uma nova tatuagem. Já decidi onde, o que vou fazer, falta ajustar o desenho. Na real, escolher bem todo o desenho. Coisa de mulher Gostosa. Quer algo mais sexy que tattoo?

Tá, tem várias coisas mais sexies, mas eu adoro tatuagem, assim mesmo. Aliás, tenho cinco até agora.

Hoje, fazendo uma busca por modelos, encontrei este site de um estúdio espanhol, cuja capa abre este post, que é um tudo. Adorei o site, adorei as tatuagens dos profissionais. Curtam, que os caras parecem feras.

Aqui, o link para um e outro que vão me servir de inspiração. Depois eu conto como foi tatuar na China.

10 de fev. de 2009

Gato na banca


Perto da minha casa há uma banca de revistas. As revistas - e os jornais e demais publicações - estão todas em chinês, motivo pelo qual é simplesmente melhorar ignorar o que talvez eles quisessem me dizer. Eu não entenderei de forma alguma.

No entanto, dia destes, ao ver a capa da Men's Health, não desgrudei do moço da capa. Gente, que gato. Ele ainda tem uma tatuagem abaixo do umbigo que é só pra deixar o cara mais perfeito ainda. Sério, tem gente que não curte muito asiático, mas com um destes por perto... Ouch...

Bueno, dando uma olhadinha no site da revista, achei esta foto pra lá de provocante.



Coloquei o texto no Google Translator e o que eu achei foi uma espécie de crônica a respeito do sexo em 2.049, quando um homem falava espantado que havia transado com uma menina de carne e osso, em vez do sexo que andava fazendo via msn, facebook e etc.

Pelo menos durante as fotos, o cara parece que se divertiu. Ou, será que mesmo em 2009, esta imagem é fruto de montagem? Olha...

5 de fev. de 2009

La siesta chinesa

Quem não gosta de uma sonequinha? Sabe aquela preguicinha que bate depois do almoço? Seria perfeito poder tirar uma pestaninha quando bate aquela sonolência, não? Por essas bandas o povo adora. Algumas empresas têm horário de almoço estendido para que a chinesada possa tirar a "siesta" e voltar renovada para o trabalho.

Por aqui nem a cama é necessária, na maioria dos casos. Qualquer lugar que dê para escorar a cabeça, tá valendo. Caminhando nas ruas menos movimentadas e em cidades menores, é possível ver gente dormindo em bancos, escorado em árvores e, até mesmo, em cima das bicicletas. Mesmo em Beijing, Shanghai e outras grandes cidades, as cenas são bem recorrentes. Algumas sonecas são verdadeiros shows de contorcionismo!

De tanto achar isso curioso, Bern, um alemão que trabalha em uma multinacional em Shanghai desde 2003, começou a registrar alguns destes momentos. O resultado é o site www.sleepingchinese.com, onde ele postou mais de 700 fotos que registram estas horas sonolentas e inusitadas da vida chinesa.

E o pior é que é curioso mesmo. O povo não se aperta! Não tenho um site só para registrar isso, mas na estação de trem em Harbin, quando esperava o transporte para voltar a Beijing, eu não resisti quando vi esse cara. Ele devia ter muito tempo sobrando para esperar para o sono pegar dessa maneira. E claro, descuidar da mala, nem pensar! O jeito que ele encontrou para dormir foi esse... Conheço pelo menos umas dez pessoas que teriam inveja da facilidade desse chinês para tirar um cochilo!




4 de fev. de 2009

Qual o melhor homem?

Ok, caso você não saiba, invariavelmente um bando de mulheres reunidas falarão sobre homens. Sejam elas solteiras ou não, o tema das conversas serão aquele partidão, namorados, maridos e ou amantes e, sim, os ex.

Falar sobre as experiências passadas é tema recorrente. Morando no exterior e convivendo com gente oriunda de um monte de países, descobri uma coisa. Aqui, classificamos homens TAMBÉM pelas nacionalidades e origens.

Os brasileiros estão com tudo. Têm fama de quentes. Quem já leu o best-seller Comer, Rezar e Amar, da jornalista e escritora norteamericana Elizabeth Gilbert, sabe que uma das maiores delícias que ela descobriu no namorado brasileiro foi o fato de ele a chamar de gostosa na cama. A gente já sabia, poderíamos dizer, nós brasileiras.

Em alta estão os italianos, na visão de várias européias. Aplausos para os espanhóis e, diga-se de passagem, independente da nacionalidade, os moços afro têm forte cotação entre a galera feminina.

Nestas conversas noturno-etílicas pelas ruas de Beijing acerca de o que elas sonham sobre os homens, percebi algo: nós, expatriadas, somos atraídas pelo desconhecido. Assim, eu que já sei o quão bons são os brasileiros, aqui vou estender meus horizontes para cidadãos de outros países. O mesmo vale pra italianas, espanholas. Santo de casa não faz milagre, já diz a sabedoria popular. Até faz, mas a gente quer mais. E, ademais, vivemos num país onde a religião não está entre as prioridades, viva o pecado.

Tem horas em que se esquecem as barreiras linguísticas e até o aprender novas palavras se torna divertido. Mistura-se inglês ao chinês, com algumas incursões na língua nativa do casal e tá feita a receita de um tesãozinho internacional. Sério, quer mais gracinha que um francês tentar te chamar de gostosa? Sai com biquinho e tudo e única reação, involuntária, é encher o cara de beijo. Experimente, eu recomendo.

Aliás, tags sobre os franceses: eles te proveem perfume, cigarro, vinho, queijo, sexo sem compromisso e croissant! Surgiram agorinha mesmo, conversando com uma brasileira que entende do riscado.

Vive la France!



A imagem é de um francês pra lá de delicioso, o creme para o corpo ultra-hidrante de carité da L'Occitane, a marca de comésticos francesa que faz qualquer uma ficar cheirosa e com a melhor pele e cabelos do mundo.

3 de fev. de 2009

E um tesãozinho intelectual não rola?


Neste mês, a publicação de uma pesquisa que indica que homens ricos garantem mais orgasmos às suas parceiras ganhou a atenção da mídia. Os evolucionistas Thomas Pollet e Daniel Nettle estudaram, sob o viés evolutivo, os resultados de um levantamento feito pelo governo chinês com 5 mil pessoas. Na análise, levaram em conta as respostas de 1.534 mulheres, sobre as quais tinham mais dados e variáveis para cruzar e formular conclusões.

A primeira é de que ricos dão mais prazer. Funcionaria mais ou menos assim: as mulheres, sob o ponto de vista evolutivo, procurariam machos mais capazes. E o dinheiro, na nossa sociedade, seria indicador fundamental da capacidade do parceiro.

Pollet e Nettle, no entanto, dizem não serem conclusivos. Aliás, mesmo informando que a pesquisa é a que tem a maior amostragem até agora neste gênero, deixam expresso no título e ao longo do texto (em inglês) que se trata de uma análise sobre as mulheres chinesas, sejam elas urbanas ou rurais, com diferentes níveis educacionais e de informação.

Logo, pra mim, fica claro que apesar do número, estamos falando de uma sociedade única. E 1.534 mulheres no universo chinês é bem pouco. No universo mundial, menos ainda.

Mas tudo bem. Estatísticas à parte, entre todas as variantes e hipóteses levantadas pelos pesquisadores, uma me chamou mais a atenção: talvez os parceiros ricos sejam aqueles homens que tenham namoradas, amantes, mulheres ou etc com mais nível de escolaridade, melhor situação financeira e um perfil mais ocidentalizado - sim, o perfil mais ocidentalizado está ali, definidor de que há uma diferença imensa entre o que pensam as chinesas e as brasileiras, por exemplo, só pra citar o quadro no qual me encaixo e sobre o qual tenho alguns relatos empíricos, mas não menos reveladores.

Anyway, voltando ao perfil da suposta maioria das mulheres que têm namorados ricos, não seriam estas mais instruídas e talvez com menos e pudores justamente as que conseguiriam ter mais prazer, por entenderem o sexo como não tabu?

A questão, neste caso, seria: as mulheres que atraem os homens ricos são as mais "evoluídas"? Se eles o são porque têm dinheiro, suas presas também o seriam, com carreira, dinheiro, educação, estilo e valores éticos e morais que as diferenceriam de outros exemplares do gênero.

Caso contrário, sobraria para nós acreditarmos que o dinheiro traz não só felicidade, mas, traduzido pelo homem-amante, mais prazer sexual. Ô, que triste! Pra piorar a situação dos pobres homens pobres coitados, o levantamento dos evolucionistas ainda sugere que são dos altos que elas gostam mais, porque estes também dariam mais prazer.

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Me poupe!
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Falar em altura, a dupla Pollet e Nettle publicou outro estudo bastante interessante no ano passado. Na zona rural da Guatemala, as mulheres mais altas se saem melhor em ambientes estressantes, na comparação com as de estatura baixa ou mediana.

Agora vai. Eu, aliás, vou ali comprar um plataforma pra ver se minha autoestima cresce aqui pela China.

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Sobre a pergunta título: um tesãozinho intelectual não rola? Poutz, meu mundo por um namorado criativo, online, culto e inteligente. De verdade.

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A primeira imagem lembra que, mesmo sem orgasmo, homem pobre às vezes é pura gozação. O infeliz dizer que esqueceu a carteira pra deixar a moça pagar a conta é de última, né? Pra estes, valem, sim, serem chamados de pobres e virarem piadas entre as amigas da vítima.

Já a segunda imagem é de uma mulher no interior da Guatemala. Não faço a mínima ideia se ela é alta ou não, mas não parece estressada.

2 de fev. de 2009

Gostosa Way of Life


Ando totalmente ausente do Comendo de Palitinho. Aliás, pintei aqui uma vez, ainda antes da Olimpíada. Ô, vagabundagem!

Pois ando, também, há meses, maturando uma ideia: escrever sobre o cotidiano feminino na China. Não das chinesas em si - talvez até sobre elas, vez que outra -, mas de mulheres expatriadas, do meu cotidiano, do que eu olho e observo sobre o universo feminino aqui do outro lado do mundo.

Agora acho que já dá pra começar. Não me sinto exatamente confortável, coisa de gente que gosta de uma vagabundagem. Sim, esta que tem a ver com a preguiça, mas também esta que tem a ver com curtir a vida no que diz respeito a desejos sexuais. Considerando-se meu estado civil "solteira" e minha disposição "à procura", alguns capítulos picantes poderiam ficar impublicáveis. Mas vamos lá, vamos ver o que dá pra arranjar, que não deixe o leitor vermelho do lado de lá e que não seja proibido para menores de 18.

A ideia é bem simples e pretende espalhar pelo mundo - pelo menos o mundo leitor da língua portuguesa neste blog - o Gostosa Way of Life. Algo como aventuras de quem dá a cara para bater e ainda, de quebra, serve de conselheira sentimental vez que outra. Ou que simplesmente observa. E depois palpita.

As mulheres que seguem o Gostosa Way of Life não são as mais lindas do mundo, mas, claro, também podem ser. O que elas têm é bom humor, curiosidade, inteligência, encanto e, admitamos, um certo tom de desespero. Esta nota que por vezes é latente e outras vezes descarada, mas que, em resumo, aparece porque há sempre uma busca frenética pela felicidade e o bem-estar entre as mulheres gostosas. Afinal, só se é gostosa tendo alguém pra partilhar, pra reafirmar isso bem baixinho ou em altos brados no nosso ouvido, não é mesmo?

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A foto é de uma tentativa de dar uma de Gostosa no Lan Club, uma mistura de bar, lugar pra dançar e restaurante chique de Beijing (e agora também em Shanghai), cuja decoração tem a grife do designer francës Phillipe Starck. Ele, famoso por ambientes que misturam ícones pop à leveza (não creio que este tenha sido o efeito no bar da capital chinesa), ficou conhecido da mulherada porque assina o projeto do Kong francês, onde a Carrie, personagem da Sarah Jessica Parker em Sex in the City, aparece. Nada mais mulherzinha, não é mesmo? Erghs.

O fim do frio

A melhor coisa do Festival da Primavera (春节, Chun Jie) é a perpectiva de que o frio acabe. Ano passado foi batata!!! A gente batia queixo na rua na hora da virada do ano-novo chinês. Reclamei do frio com uma superamiga chinesa. Em tom profético, ela disse: "Não tem com o que se preocupar. Daqui a 15 dias vai comecar a esquentar". Na mosca! Do dia 20 de fevereiro em diante a coisa só melhorou, os casacos pesados foram sendo substituídos por uns mais leves até o fim derradeiro do maledeto inverno.

Não me interpretem mal, eu gosto de inverno. Pelo menos gostava bastante. Até porque no sul do Brasil ele não dura muito, então quando aparece gosto de curtir cada momento. Aqui na China eu descobri que o que eu gosto mesmo é de meia estacao. Por coincidência, tambem é um período bem curtinho, mas tri gostoso. O inverno dura seis meses e castiga a gente. Quando o marcador passa a ficar permanentemente negativo é de matar. E o verão? Nossa! É um calor horroroso, a gente sente a pele fritando e só sabe agradecer ao santo que inventou o ar-condicionado.

Bom, pelo menos agora serão menos de dez dias no frio de rachar. Essa perspectiva já me anima muito.

Mas chinês é uma criaturinha engraçada com essa coisa de tempo. O calendário lunar é seguido por todos e com bastante atenção. Quando muda a estação, ou determinada lua, eles sempre sabem se é necessario levar um casaco a mais ou a menos. Os mais antigos continuam sendo bem precisos. Um dia eu estava encarangando de frio no metrô. Os dias vinham sendo de um friozinho ameno (é, na real "a menos"... uns -7ºC), a gente nem congelava. Naquele dia tudo indicava que seria igual. Doce ilusão. Mas eu ia dizendo, eu tava batendo queixo no metrô quando encontrei um amigo meu. Ele vinha superultramegaequipado, completamente de acordo com a friaca daquele dia. Perguntei como ele sabia que a sensação térmica ia estar muito pior naquele dia. "Sabe como é, o chinês mais antigo do meu trabalho me avisou ontem que não era pra eu me descuidar hoje, porque o tempo ia virar e ficar muito mais frio". Como é que eles sabem???? Também não sei.

Os mais jovens também são bons na arte da previsão do tempo. A diferença é que a gurizada não acompanha o calendário lunar e suas verdades absolutas, mas sim as mensagens de celular que os sites chineses de meteorologia, ou o serviço da companhia telefônica, enviam avisando pra levar um casaco a mais ou um casaco a menos. No fim das contas todos acertam.

Rezando pro clima ficar assim de novo

PS: Ah, Ane, aqui os fogos espantam tudo: maus espíritos, mau-olhado, a pessoa amada em três dias... e a paciência! hehehehehehehehehehe