5 de mai. de 2009

Com a lembrança do terremoto no nome


O tremor deixou mais de 87 mil mortos e desaparecidos

Com a proximidade do dia 12 de maio, as matérias que recontam o horror e que avaliam as consequências do devastador terremoto que sacudiu o sudoeste da China há um ano aumentam. Mais do que normal lembrar. Mais do que necessárias as homenagens aos mais de 87 mil mortos e desaparecidos.
Porém, hoje a agência de notícias do governo chinês divulgou uma notícia que me deixou, digamos, perturbada. Há uma estatística que diz que cerca de 700 bebês nasceram em barracas ou alojamentos temporários após o sismo. E que uma grande parte dos pais quis lembrar o ocorrido de 12 de maio de 2008 no nome dos filhos. Assim como Yang Chao, um jovem de 29 anos, que colocou o nome das filhas gêmeas, nascidas seis semanas após o sismo, de Zhen (震), que significa tremor, para que elas nunca esqueçam do que aconteceu em Sichuan e em que circunstâncias nasceram. Da mesma maneira, muitas pessoas escolheram Chuan (川), lembrando o local do epicentro do terremoto, o distrito de Wenchuan (汶川), onde 20% da população de 100 mil habitantes morreu ou foi considerada desaparecida.
Eu concordo com as homenagens, concordo que certas coisas não devem ser esquecidas, mas batizar um filho com o nome de terremoto? O que tem que ficar disso tudo são as lembranças, as homenagens, mas principalmente a solidariedade do mundo todo naquele momento extremamente doloroso. Lembrar talvez nas cidades, com nomes de ruas, mas estigmatizar os filhos, fazendo com que eles levem isso adiante eu fico meio chocada. Na minha opinião, os filhos deveriam ser batizados com nomes que lembram força, esperança, superação. Porque eles simplesmente eram a vida brotando no meio do caos.

Um ano depois, que seja lembrada a solidariedade

As fotos não são minhas. Na realidade eu nem sei de quem são. Eu peguei em algum lugar no ano passado ainda e na bagunça do computador acabei não registrando os créditos. Sorry!

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