5 de jun. de 2009

Quatro diferentes cliques sobre o mesmo TankMan


A grande imagem do conflito naquela certa praça é a do Tank Man, aquele anônimo que vinha com sua sacola de compras e parou em frente aos tanques na Avenida Chang'an em Beijing, obstruindo o caminho.

Naquela hora, o pior já tinha acontecido com os estudantes na praça. Mas quatro fotógrafos estavam no Beijing Hotel e viram os tanques vindo. Viram o que estava para acontecer. Não perderam tempo, registraram.

Os depoimentos destes fotógrafos você pode conferir no blog dos fotógrafos do New York Times.
Fiquei mexida lendo os depoimentos. Fiquei imaginando a tensão do Charlie Cole quando se deu conta de que eles estavam sendo vigiados e foi esconder o filme dentro da privada do hotel antes que a polícia chegasse.

Da mesma maneira, eu fiquei mexida com cada história que escutei, com cada depoimento de jornalista, dissidente, estudante que viu ou passou perto daquela praça naqueles dias de protesto e conflito covarde.

Do mesmo jeito, me emociona passar por ali cada vez que eu volto pra casa. Me emociono da mesma maneira que me emocioneu quando andei por ali pela primeira vez, quando na minha cabeça eu consegui visualizar as pessoas pedindo por liberdade e democracia. Naquele dia gelado de dezembro em 2007, eu consegui caminhar pela mesma avenida onde há 20 anos um homem comum, solitário, que ninguém sabe que fim levou, mudou o mundo e se tornou uma das imagens mais significativas do século 20.

Por esta foto, tirada por Terri Jones, da Associated Press, dá para se ter uma ideia de quanto ninguém imaginava que aquilo fosse acontecer. Alguém cansado do que estava ocorrendo na cidade naqueles dias resolveu dar o seu basta. Impensável na China de hoje.

Recomendo que vocês tirem um tempinho e assistam este documentário sobre o herói anônimo e os conflitos. Excelente qualidade, excelentes depoimentos, boa edição, muito triste história.

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