16 de abr. de 2009

71 - Dia 2

Tou nem aí pras agulhas.

Esse foi o primeiro pensamento ao chegar à clínica, vamos chamar assim, para fazer a acupuntura. Quem já fez cinco tatuagens, uma delas com a antiiiga técnica de bambu ali na Tailândia, não pode ter medo de espetadas (a prova está aí, a da tatuagem, eu digo).


Espera deitar, tirar a roupa (a gente fica de calcinha e sutiã) e ver a mulher te apontar o arsenal pontiagudo. A sensação é de que vai doer muito. Aí ela te passa um algodãozinho com álcool na barriga, braços, mãos, pernas e abre o saco com as agulhas descartáveis. Pega uma, introduz num cilindro plástico, mira em algum ponto do teu corpo e pronto, ao dar uma estocada na ponta mais grossa da agulha, enfia o artefato. E daí tu pensas "bah, nem doeu".

A brincadeira se repete assim, por baixo, umas 40 vezes. Em alguns pontos dói. Tornozelo. Mão. Cotovelo. E parece que são exatamente nestes locais que a chinesa precisa ajustar as agulhas. Então ela afunda os aparelhos mais um pouco, dá uma torcida pra esquerda, opta por ajeitar para a direita e tu ficas ali, sentindo choquinhos. Chocante. Mas nada tão ruim que não te faça voltar no dia seguinte.

No meu segundo dia de acupuntura, aprendi a importância da recomendação não te mexas durante a sessão. E, claro, da pior maneira possível. Estou gripada, tipo supergripada. E daquelas gripes que não contentes em te fazer espirrar e assoar o nariz o tempo todo, te brindam com bons acessos de tosse.

Pois foi um dos violentos que eu sofri enquanto estavam eu e minhas 41 agulhas sobre a cama da clínica da chinesa. Como quando a gente tosse o corpo balança (sei lá quantos músculos a gente move), senti todas as dores das agulhinhas na barriga. Também no tornozelo. E uma fisgada forte na mão quando tive o impulso de levar a dita cuja, a da esquerda, até a boca.

A chinesa me olhava meio apavorada, com um copo de água na mão, que havia acabado de buscar na cozinha, rindo às pampas quando se deu conta de que seria impossível eu beber. Até porque eu não poderia nem sentar, experiência que, caso eu optasse por passar, talvez fizesse com que alguma agulha desavisada saísse lá pelas minhas costas.

Depois de uns minutos da cena ridícula e incômoda, a tosse se foi.

Na balança, 71kg, sinal de que outros 400 gramas também desapareceram por aí.

3 comentários:

  1. aiii, me conta como é fazer tatuagem com a técnica "tradicional". tenho ganas ;]

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  2. Jana, eu fiz várias seções de acupuntura para lidar com a tendinite, te digo que la pelas tantas me curou até de uns pesadelos que comentei com a terapeuta, ela encheu minha cabeça e minha testa de agulhas e depois disso dormi como um anjo por muitas e muitas noites. mas para emagrecer é bom mesmo comer direito, guria! bjus, sempre ligada nas tuas aventuras, ainda que em silêncio.

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  3. Kika,
    adorei usar o bambu, dói um pouco mais, mas só um pouco. E pra quem gosta de tatuagem, toda a sessão é pura diversão. Percebo que a cor está mais forte ainda hoje em relação a outras tatoos que tenho.

    Então, Gi. Eu tenho tendinite também. Tou pensando seriamente em fazer acupuntura pra isso. Na verdade, vou contar um pouco sobre a dieta hoje. Porque o tratamento vem acompanhado de uma dieta rigorosa, digamos assim.

    Bom saber que tu estás por aqui.

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