A China tem uma política de controle populacional bem rígida e que é conhecida no mundo todo: a lei do filho único. Nos primeiros anos de aplicação, principalmente, se tornaram notórias as histórias sobre mortes e abandono de meninas, já que a sociedade valoriza muito a presença de um filho homem na família. Pela tradição, é ele, por exemplo, que cuida dos pais na velhice, só para citar o começo. A preferência, durante muito tempo, criou um outro problema: a falta de mulheres. É claro que além de fazer com que o país não exploda com a presença de tanta gente, a política do filho único acabou criando, digamos, um novo mercado: o tráfico de mulheres e crianças.
Existem tantos crimes hediondos, que é complicado dizer o que é pior. Mas tráfico de seres humanos está, sim, no top 10. Vi uma matéria na Xinhua, agência de notícias, que me deixou bem chocada. Uma quadrilha foi sentenciada a prisão perpétua hoje, no sul da China, por cometer este tipo de crime. Você já parou para se perguntar quanto vale uma vida? Pois, esta quadrilha do sul da China tem isto na tabela: 12 mil yuans por uma mulher e 17 mil yuans por um menino. Como o negócio tem intermediador, o menino acabou sendo vendido por 40 mil yuans (R$ 10,7 mil).
O tráfico de seres humanos não é um problema que só acontece na China, e notícias assim, em outros países, também me chocam. Sempre vão chocar. Como alguém pode levar outro ser humano contra a própria vontade, destruindo não só a vida dele, mas dos outros ao redor, e cobrar, estabelecer um preço por isso. É horrível, injusto, cruel, desumano, doloroso, nojento. A diferença é que a aplicação da lei (de algumas, principalmente) é bem rigorosa na China, ao contrário de muitos outros países, como o Brasil, onde o tráfico de pessoas está presente. E essa pena prisão perpétua decretada hoje em Kunming, tenha certeza, será aplicada.
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